segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Esse


Esse, pode-se dizer, foi o melhor ano que já vivi até hoje, tantas coisas boas me aconteceram.
Encerro ele extremamente feliz.
Claro que há sempre algumas decepções, mas TUDO, realmente tudo que passei só me fez crescer e aprender. Tirei lição até das coisas que pareciam mais insignificantes. Daquelas pessoas que pareciam tão distantes, e terminaram ao meu lado.
Só tenho a agradecer por todas as coisas que me aconteceram.
Com as realizações aprendi a ter novas esperanças.
Com as decepções, vi como são realmente as pessoas.
Com as surpresas, aprendi a não fazer planos.
Vi que ainda há muito que aprender e conhecer.
Percebi o quanto é necessário ter por perto pessoas que amamos, AMIGOS DE VERDADE.
Que nem sempre as coisas darão certo, ou as pessoas serão como queríamos que fossem. Que muitos nos enganam.
Que outros nos consolam.
Que erramos muitas vezes sem notar.
Que não dá pra voltar atrás.
Que não se deve pensar muito, porque você acaba pensando de mais e vivendo de menos. Que só devemos confiar nossas angústias e pensamentos mais sinceros a nós mesmos, os outros nem sempre entenderão.
Que não devemos ignorar o nosso passado.
Que não devemos nos esquecer do principio das coisas.
Que não importa a opinião dos outros, mas a nossa.
Que ninguém nos fará feliz se não formos felizes.
E que o futuro só depende de nós mesmos!

domingo, 7 de dezembro de 2008

Ponto


Como se décadas houvessem passado. Como se tudo tivesse mudado e fosse necessário mudar pra me adaptar. Tudo ficou tão diferente e no entanto as coisas ainda estão no mesmo lugar.
Talvez tenha havido uma mudança interna. Talvez as coisas amadurecem por dentro.
Difícil é habituar-se a isso, não que seja ruim. Uma nova era começa, uma fase diferente de tudo.
O desejo é fugir, se esconder, correr. Sei lá. Acho que é uma época de “sei lá”, uma época de não pensar nisso. (como se fosse possível).
Veio um medo, vieram vontades, esperanças, planos. Mas nada pode conter a ânsia. É como se o mundo desse milhões de giros e você continuasse parado, só observando. Tudo se foi, mas não parece que mudou.
É como se houvesse uma desculpa que já não existe mais. Não estou pensando no que será, não faço idéia, nem quero.
Não que seja necessariamente ruim, é estranho. É alívio e é desespero.
No final tudo fica bem.

domingo, 26 de outubro de 2008

ILUSÃO




De repente percebeu que esteve cara a cara com a realidade, mais fria e cruel possível. Algo morreu dentro dela, despertou uma angústia incapaz de ser contida. Certas ilusões foram destruídas depois daquele episódio. Foi-lhe provado. Foi um instante breve, o corpo excitava-se por inteiro, era um estado de desespero. Era chegar perto de mais da desilusão.
Agora, ele não está mais aqui. Tão perto e tão longe. Tão ilusório e real. Um amor inexplicável. Saber que ele partiu.
E voltará? Será que um dia voltará a vê-lo? Será que um dia poderá dizer-lhe? Será que um dia poderá compreender sua forma de amar? Uma forma tão majestosa e intensa. Capaz de mudar concepções, princípios. Doce ilusão. Um amor diferente. Que, não por isso, deixa de ser amor.
É escolher viver na solidão, é não querer acordar de um mundo criado ao seu modo, ao modo como desejaria que fosse, o modo como cria suas próprias histórias, mudando os fatos à maneira que sonha.
Uma vida que foi destruída pela prova mais concreta de que ele existe, e não pode ser moldado à maneira que sonha, para encaixar-se na vida criada a partir dos seus pensamentos. E dar-se conta disso é o que torna tudo tão depressivo. O que faz parecer que nada estará a sua altura, e por isso deixa de ser capaz de fazê-la feliz, porque não chega nem perto de ser o que ele é. Porque tudo se torna tão pequeno, que parece não haver mais graça, porque parece ser necessário que ele esteja sempre ali, chega ser inconformável que tenha sido tão breve, breve demais para poder ser esquecido. Um instante breve onde ele esteve ali, incapaz de reparar que ela também estava ali, incapaz de reparar no amor que havia naquele momento, que se foi. Acabou. Mas que surte um efeito que jamais acabará.
Agora, tomava consciência de que estava vivendo em um mundo de fantasia.

Podia


Podia tudo acabar ali, naquele lugar, naquele momento, daquela maneira. Nada mais tinha importância, só o aqui e o agora. Não havia mais ninguém ali, não havia nada demais. Mas, havia tudo. Não precisava de mais nada, pois nada já bastava. Não estava com tudo resolvido,mas nem precisava. Não sentia mais, mas ainda havia o amor, estava frio, mas não havia frio. Tinha tristeza, mas a sensação era a de recordação, saudade. Era a de poder ser triste, de poder estar feliz. De poder confundir. Não precisava ter feito nada. Já possuía o que precisava. Se dispersava.. Não se percebia mais. Perdia o controle, assistia, não encenava por conta própria. N verdade nem sabia mais o que fazia, e nem precisava. Precisar, isso, é exatamente isso, não precisava mais, portanto não se obrigava mais, não tinha que ter, fazer, ser. Podia deixar de ter, de ser, de fazer, podia moldar-se, criar-se e não ser criada, moldada, mas fazê-lo. Podia, exatamente, podia, não devia obrigatoriamente fazê-lo, mas podia, escolhia, queria. E saber disso já bastava. Só por saber disso, já havia conquistado o que nem sabia, o que nem precisava, o que nem pedira, o que nem se imagina.
E então, podia tudo acabar ali. Simplesmente podia. Não necessariamente deveria, mas podia, e só por poder, se acabava.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Déjà senti

O que prende a atenção é o que a prendeu anteriormente, e com efeito soa familiar, tendo sido esquecido por algum tempo, sendo agora recuperado com uma ligeira sensação de satisfação como se o tivessemos procurado. ... simultaneamente ou melhor logo de seguida estou perfeitamente consciente de que a recordação é ficticia e que não estou no meu estado normal. A recordação inicia-se sempre pela audição da voz de outra pessoa, ou pela verbalização dos meus pensamentos, ou por algo que estou a ler e que verbalizo mentalmente; penso que na fase anormal eu geralmente verbalizo algumas frases simples de reconhecimento como "sim - estou a ver", "claro - já me lembro", etc., mas um ou dois minutos depois não me consigo lembrar nem das palavras nem do pensamento verbalizado que estiveram na origem da recordação. Somente estou firmemente convicto que elas se parecem com o que senti anteriormente sob condições anormais similares.

domingo, 27 de julho de 2008

INCERTEZAS

Eu aprendi a ser sempre sincera. Mas parece não adiantar muito. Parece que não é a isso que as pessoas dão importância. Parece que fazem tudo pra manter aparências
Você deixa de fazer uma coisa que quer, pra fazer a que é mais correta.
E eu te pergunto.
Pra que?
Não sei.
E porque estou fazendo tudo isso?
Porque de repente eu percebi que a vida é uma só. Que é a minha única chance de te dizer. Que nesta vida é a única oportunidade que tenho. Que nada disso volta mais. Que é preciso arriscar.
Porque eu parei de pensar se é correto. Eu parei de achar que não vai dar certo. Eu resolvi não pensar, resolvi arriscar, resolvi fazer o que eu realmente quero. Não o que eu acho que será certo. Eu parei. Parei, e pensei. E então percebi. Percebi que não há porque temer, não há garantia de nada na vida. Que a gente deve dizer o que precisa dizer, deve tentar, a gente deve errar, consertar, a gente deve viver. Viver de verdade.Com toda vontade.
Porque você pode ter certeza.
A gente se arrepende muito mais do que não fez!!!

terça-feira, 8 de julho de 2008

ARTE Longa, VIDA Breve (07/07/2008)


Há exatos 18 anos ele se foi.
Se foi?
Fisicamente sim. Mas o que nos deixou, nunca se foi, permanece até hoje. O que criou, como viveu, o que fez, tudo marcou nossa história. E não importa o que possam dizer a seu respeito. Para mim o que importa é o que eu penso a seu respeito.O que mais admiro é a maneira como pensava. De não querer o extremamente correto e normal. Ser normal é o que as pessoas mais desejam, mas não sabem se é o que vai deixá-las feliz. Aliás, ser normal nunca se encaixou em seu perfil. É válido lembrar que a vida não deve ser uma viagem para o túmulo, com a intenção de chegar lá com um corpo perfeito,"morrer com saúde" pra quê? Pode ser mais válido chegar com um corpo completamente gasto, usado, berrando: VALEU A PENA, EU APROVEITEI, FIZ TUDO QUE TIVE VONTADE!!! Do que morrer em "boa forma".Não importa o tempo que se passou. Sua voz, sua arte, sempre irão permanecer. A voz inconfundível e a maneira única de cantar, os olhos com que via a vida. Provando que a diferença entre as pessoas não é um mal, mas uma bênção.Não o conheci pessoalmente, mas assim é como o vejo, procurando entender sua própria maneira de viver. Que muitos consideraram errada,doida, mas que eu considero LIVRE. E tudo o que digo é o que imagino que deve ter pensado.Sempre foi livre, não se prendia a alguém nos seus relacionamentos, mas talvez tenha procurado ou idealizado pelo menos alguém, um grande amor. Alguém que um dia pudesse aquietar seu coração. Talvez tenha tido vontade de ter alguém para compreendê-lo.As pessoas, muitas vezes não entendem como há tanta admiração por uma pessoas que tantas vezes errou. Mas se esquecem de que todos nós erramos. Elas não são capazes de entender sua filosofia de vida e entender que não temos o direito de julgar ninguém. Não o julgo, acho que se ele se arrependeu de algumas coisas foi de coração, e isso já basta.As pessoas ficam tentando imaginar como seria se estivesse vivo. Se ele estaria mais clamo, como seriam suas composições, suas canções, sua bela voz. Imaginam que ele estaria mais tranquilo, que não seria tão porra-louca como antes. Por isso acho que é melhor lembrar dele como ele foi. Vivendo a mil, porque era assim que era e assim que será lembrado, não tem como imaginar o que seria hoje.Peço desculpas se falei alguma bobagem, mas a minha intenção só foi a de homenagiá-lo e mostrar o carinho que tenho por você CAZUZA. Obrigado por ter sido o que você foi. E onde quer que esteja, eu espero que esteja bem, fazendo bagunça como sempre fez.




quarta-feira, 2 de julho de 2008

TÃO SOZINHO

Ele vai até o terraço. Abre aquelas velhas páginas e as folheia. Folheia páginas decoradas. Não sabe a hora, nem o dia. O tempo tornou-se sempre igual. Não há mais vontade de ter tempo livre quando seu tempo sempre é livre.Sem ninguém, sem importância, sozinho. Buscando em pequenas alegrias, motivos para continuar vivendo. Não há mais ideologias. Talvez não haja mais tempo para isso. Talvez seja hora de apenas esperar. Ter paciência. E esperar. Esperar o que tiver para vir. E modelar o tempo, de uma maneira que ele passa mais rápido. Com a esperança de que lhe falte tempo, para que precise do dia seguinte para poder terminar. Buscar algo que lhe oculpe a mente, impedindo que ela oculpe-se com seus medos, que o torne vítima dela.Um projeto novo, uma viagem, ver alguém, uma alegria. Assim os dias vão passando. E no fim é sempre o velho terraço e as inúmeras páginas decoradas.

domingo, 29 de junho de 2008

A "Tragédia"

A vida torna-se trágica dependendo da maneira como você encara as coisas. Às vezes o menor problema torna-se o pior do mundo.E não há quem poderá dizer que não seja. Pois pra você será aquele o pior de todos no momento.
E não há problema aparentemente que supere o seu, pois, se para você for o pior, ele será e pronto.Levar por esse lado é apenas uma opção.
Comprar o amor não conseguirei, nem sei se conseguirei possuí-lo um dia. Aliás, o que seria o amor? Uma "doença mental"? Um sentimento? Uma criação da nossa cabeça?
Sei lá.
Só sei que talvez correr atrás seja besteira. Na verdade “correr atrás” não existe. Acontece e pronto. Somos nós que criamos as ilusões, que provocamos a dor. Que optamos por sofrer, mesmo que pareça fugir do nosso controle. Sofrer é um sentimento, que necessitamos possuir de vez em quando, pra poder superar.
Necessitamos de tragédia e comédia. E cada uma tem o seu momento. E não há quem venha argumentar o contrário, só nós mesmos somos capazes de saber o que sentimentos, o que queremos, o que vivemos.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

AS COISAS...


...QUE TRISTE SÃO AS COISAS CONSIDERADAS SEM ÊNFASE!

"PEQUENAS PAIXÕES"

"EU ANDO APAIXONADO, POR CACHORROS E BIXAS. DUQUES E XERIFES. PORQUE ELES SABEM QUE AMAR É ABANAR O RABO, É ABANAR O RABO. LAMBER, E DAR A PATA." (CAZUZA)

Porque podemos nos apaixonar pelo que for. Sem ser, necessariamente por alguém. Mas por tudo que nos der vontade, por tudo que quisermos. Ou, por quem quisermos. Como quisermos, quando quisermos. Da maneira que acharmos melhor.
Podemos amar o belo, o feio, o chato, o bem, o mal, o irresistível.
Podemos nos apaixonar por um bom tempo. Ou apenas por uns segundos.
Podemos nos entregar completamente. Ou podemos pussuir.
Podemos querer. Ou nem saber.
Podemos ver. Ou não querer enxergar.
Podemos achar que é amor. Ou estar sempre na dúvida.
O importante é que nos apaixonemos.
Pelas coisas, pelas pessoas, pela vida!

Porque as pequenas paixões são as mais válidas. São as mais intensas.
São as mais verdadeiras. As mais incríveis. As possivelmente impossíveis.
São as recordações. As lembranças que nos felicitam.
E é a elas que devemos dar mais valor.
Dar valor às pequenas grandes paixões!

quinta-feira, 19 de junho de 2008

O QUE FAZ DA VIDA

O que faz da vida...
Da vida mesmo, não sei. O que fazer da vida? Fazer algo? Não fazer? O que fazer?
Da vida, VIDA. Ó vida...Bela vida, bem vivida, nossa vida. Bem vivida? Será? Mal vivida?
Sei lá... Quem saberá?
De repente parei e pensei: o que faço da vida? Faço o que realmente quero? Ou o que me impõem?
Faço mesmo algo?
Não faço nada.
Nada aconteceu, é que às vezes a gente muda a maneira de pensar. E acha que fez tudo errado.
De repente veio uma angústia, e não sei mais o que sou, quem sou, porque sou.
Uma tristeza no meio da madrugada que me pediu ajuda. Decepção talvez. Talvez.
Aliás, decepção não é nada além do que esperamos que seja, só nos decepcionamos porque esperamos demais. Mesmo sabendo que não deveríamos.
Parar, analisar e perceber que é tudo ilusão. Que não há ninguém ao seu lado, mesmo estando rodeada de gente por todos os lados, é tudo muito social, artificial. Não real. Pelo menos, não como deveria ser. Deveria? Porque? Porque pensamos que tem que ser assim, porque queremos que seja e então achamos que tem que ser. Talvez nem tenha.
Não importa como as pessoas me vêem, elas vêem o que me camufla por fora, mas não são capazes de me compreender. Não me enxergam por dentro, nem poderiam entender o que penso, é demais para ser compreendido. Talvez seja incapaz de ser. Ou talvez só bastasse que fosse compreendido e pronto. Mas há tantas perguntas e dúvidas, que a compreensão torna-se incompreensível.
Mas porque tantas questões, tantas mágoas, tantas esperanças. Não devemos esperar nada dos outros, talvez nem de nós mesmos. Porque esperar traz decepção. Voltamos a esse assunto de novo.
E de que me adianta dizer? Dirão o que? Que sou doida. E que estou triste, que não é assim. Mas é, é muito mais ainda que tudo isso. Mas não são capazes ainda, ou então não aceitam que são. Preferem ignorar.
Mas não se atormente, se prefere fugir, fuja. Porém, esquecer não irá. Digo-te que não. Porque não está na distância física, mas no interior, e quilômetros de distância, não são distância alguma. É apenas querer enganar-se. E se for feliz enganar-se, engane-se, mas se for para trazer sempre a dor no peito, conviva. Não vá deixando pra lá. Esquecendo. Esquecer não é possível. Aprenda. Supere. Sobreviva. Volte. Viva.
Viva? Como? O que seria realmente viver?
Tudo isso te incomoda? Não é pra menos. Mas deixe-se incomodar. Não há nada de mal nisso.
Confundi-te? Deixe-se confundir. E assim se desconfundirá. Verá que não há maior confusão do que aquela que não te confundi.
Deixe-se duvidar. Deixe-se. Permita-se. Liberte-se.
Mas não deixe que te enlouqueçam. Não? Será que não? Poderia ser bom deixar-se enlouquecer? Afinal, o que é loucura? O que eles consideram loucura? E eles sabem o que é realmente? Então deixe-se. O importante é só você saber. O que eles acham não vale muito. Mas não ignore totalmente, é também de grande valentia ouvi-los, para compreender. Para poder escolher.
Então te digo que me ouça se quiser. E porque daria ouvidos a essa que te fala?
Essa resposta não parte de mim.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Escolhas

Essas foram nossas escolhas, diferentes escolhas, mas será tão bom assim fazer corretamente? Se jogar, arriscar, pudesse talvez ser um melhor caminho. Quem sabe. Aliás quem é dono da verdade? Mesmo que seja sua própria verdade. Porque tudo é tão breve e a gente nem percebe, acha que é eterno. E talvez correr riscos será melhor do que ter garantias. Aliás, garantias não garantem nada.
E seria tão errado assim apenas querer ser feliz? Buscas um caminho onde pudesse chegar a algum lugar. A lugar nenhum.
A gente está sempre escolhendo, analisando, buscando e não sabemos se é a melhor escolha, mas há melhor escolha? Se houvesse estaríamos satisfeitos, mas não estamos. Estamos sempre querendo mais, sonhando ter mais. E ainda bem que queremos sempre mais, porque contentar-se com pouco não é ser feliz é iludir-se de que é.
E seria tão criminoso, por vezes sentir raiva mesmo daqueles a quem amamos?
Seria tão bom se não tivéssemos dúvida da vida? Das coisas? Das pessoas?
De repente perceber que nada disso é pra sempre, que nada levará a lugar algum, que não adianta buscar, sonhar, almejar. Um dia acaba tudo.
Um dia tudo muda, e aquilo que defendeu por anos passa a ser apenas uma fase. Porque tudo que disse, percebe que apenas disse. Percebe que não era nada disso. Percebe que não há razão, não há porque. E pensa ter perdido tempo buscando. Pra depois descobrir que nada é perdido, se não fosse isso seria outra coisa, e se não fosse isso não saberia nada disso. Descobre que tudo isso foi preciso, para saber que não precisa de nada disso. Mas que agora pode agir com consciência, porque agora conhece, agora compreende. E agora pode. Pode viver como quiser, porque pode não aceitar, porque sabe que não precisa, porque sabe que é mais, e só por saber já pode viver.
Só por saber, já sabe que não era só uma fase era preciso que fosse, para descobrir que não era preciso. Agora descobre que pode escolher. Mas, percebe que ainda não sabe escolher, descobre que talvez não seja preciso escolher, talvez nunca consiga escolher. Que para alguns isso não é preciso saber, apenas viver. Mas agora que já sabe não pode voltar atrás. Agora percebe que tudo levou ao início, que talvez recomece e descubra mais, ou que sempre dará no mesmo ponto de partida.
O importante é não parar .

sexta-feira, 30 de maio de 2008

A solução

Achei que se fugisse, talvez pudesse encontrar o que me faltava. Peguei minhas coisas, poucas coisas, quase nada, e parti. Sem rumo, sem objetivos concretos, apenas com coragem e um tanto de medo.
Mas de nada adiantou. Estou vivendo sem ideologia, não tenho para onde ir, o que buscar, não estou feliz. Vivo de tristezas, querendo voltar, mas sempre seguindo adiante. Porque sei também que voltar não adianta, seria ainda pior.
Busco lugares para conhecer, descobertas para fazer, objetivos. Faço planos e sigo-os. Mas de nada adianta.
Cheguei até aqui, e percebi que não precisava ter chegado. Cheguei até aqui e descobri que não havia nada. Que não há para onde fugir, ao que recorrer. Que não há nada de diferente, além de novas paisagens. Pois, por dentro ainda é igual.
Vi que o problema não são os outros, mas eu, não são os lugares, mas estar neles, não é ser triste, mas contemplar a tristeza. E a solução não é fugir, se esconder. A solução... Bem, eu ainda não achei.

domingo, 18 de maio de 2008

Medo?

ÀS VEZES O MEDO ERA MAIOR DO QUE AQUELE VELHO DESEJO DE SUMIR, DE SAIR DALI, DE MUDAR-SE SEMPRE, DE NUNCA MAIS PARAR.
UM DESEJO QUE NÃO SE RECORDAVA QUANDO TIVERA PELA PRIMEIRA VEZ. TALVEZ JÁ TIVESSE NASCIDO COM ELE. DE VEZ EM QUANDO VINHA FORTE, TINHA VONTADE DE PARAR, LAGAR TUDO E ENTREGAR-SE À ELE. SONHAVA COM ISSO MUITO, ÀS VEZES VINHA O MEDO ATRAPALHAR, MAS SABIA QUE NÃO DESISTIRIA DAQUELE DESEJO, POIS A VIDA ERA SUA ÚNICA CHANCE DE REALIZÁ-LO, NÃO SABERIA O QUE VIRIA DEPOIS.


MEDO? MEDO? ERA MEDO MESMO? OU SERIA CONFORMISMO, COMODISMO?
NA VERDADE ERA DESISTÊNCIA. SEGUIR O "MELHOR CAMINHO". AQUELE CAMINHO MAIS SEGURO, MAIS CORRETO. PORQUE LARGAR TUDO, VIVER DIFERENTE DOS OUTROS, QUERER ALGO MAIS, ERA SEMPRE BESTEIRA PROS OUTROS. O TEMPO PASSA E VOCÊ DEIXA PRA LÁ. AGE "RACIONALMENTE" E QUER SIMPLESMENTE TER UMA VIDA NORMAL. ESQUECE DAQUELA VONTADE DE MUDAR O MUNDO, DE VIVER REALMENTE, E PASSA A SE PREOCUPAR APENAS COM AS CONTAS QUE TEM PRA PAGAR. SE ESQUECE DE QUE NÃO EXISTE RACIONALIDADE, DE QUE A VIDA É AQUI E AGORA, QUE PODE NÃO HAVER MAIS CHANCES, ESQUECE QUE UM DIA VOCÊ MORRE. E SE ACOMODA, SE CONFORMA. OU ENTÃO, LAMENTA-SE PRO RESTO DA VIDA, CHORA ESCONDIDO, FAZ ANÁLISE...PRA QUÊ? PRA TENTAR SUPERAR... SUPERAR O INSUPERÁVEL.
TALVEZ TENHA APENAS QUE SE DEIXAR LEVAR. TALVEZ, PRECISE CORRER ATRÁS. NADA É CERTO, NADA MESMO. ALIÁS A PRÓPRIA VIDA É UM MISTÉRIO.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

MEU BEM

Oi,
Quero primeiro perdi-lhe que me escute, me escute com o coração, e acredite que estou sendo sincera.
Não tem porque ficar dando rodeios então começarei logo.
Eu sinto muito por tudo, você pode até dizer que não é nada, que tudo continua como antes, mas só dirá, porque sabe que não é mais como antes, sabe que tomamos rumos diferentes, e não sabe o quanto lamento por isso. Não te desprezo de maneira nenhuma, mas sinto saudades daquela pessoa que você era antes.
Sei que muitas vezes também te magoei, ou vacilei, e sinto muito por tudo de verdade. Sei que esse é seu “novo jeito” e saiba que o que sempre importará pra mim é sua felicidade, mas se hoje te digo isso, não é porque sei mais que você ou porque me acho mais madura. Afinal o que é maturidade? Mas digo porque me preoculpo ainda contigo, porque sinto falta daquele tempo bom em que éramos pura proximidade.
Você pode não estar me entendendo, achar que também mudei, e pra falar a verdade mudei mesmo. Mas tu não sabes quanto dói meu coração ao te ver de longe. Ao ver tuas fotos e teu jeito de se proteger da vida. Sim, se proteger porque nós não fazemos nada além disso, nos proteger como podemos do mundo em que vivemos. Às vezes jogamos tudo pro alto e vivemos diferente de tudo, mesmo com críticas, mas às vezes achamos mais fácil nos render à vida, não somente para sentir-se aceita nela, mas porque é a maneira mais fácil e de conviver, a maneira que achamos de tranqüilizar nossas mentes e nosso coração, deixamos de nos revoltar e querer mudar o mundo e passamos a almejar somente a nossa felicidade.
Não digo que é fácil, mas essa segunda opção é sempre a mais escolhida, mas parte meu coração.
Não estou te julgando, não sei o que se passa hoje na tua cabeça. Não convivo mais contigo, mas parte-me o coração saber que o que tínhamos acabou. Você sabe que acabou, porque não é mais como era nem será. Pode pensar que eu estou louca, dizendo bobagens, ou melancólica demais, como nas muitas vezes que desabafei e chorei no teu ombro, e peço desculpas por ter te perturbado com minhas tristezas, mas você era o meu refúgio naqueles momentos. Você era a pessoa pra quem eu corria, mas aos poucos isso foi deixando de existir. Não te culpo, nunca quis que fosse apenas alguém pra me ouvir, mas você me faz falta, e sei que isso eu não recupero mais. Porém, saiba que naqueles momentos foi a melhor pessoa pra mim, daqueles momentos foi a única e isso que levarei comigo quando lembrar de ti.
Hoje choro ao lembrar da ilusão que tinha de tudo ser pra sempre. Hoje não penso em mais nada como “pra sempre”, não acredito em amores eternamente vividos, mas acredito em lembranças eternas e você será uma delas pra mim.
Porque estou te dizendo tudo isso? Talvez porque não agüento mais, porque explodiria se guardasse mais um pouco. Não sei se entenderá. Se gostará de ouvir, se chorará, se não ligará para tudo isso. Só gostaria que entendesse, que compreendesse toda minha dor. Que não pensasse que estou precisando de ajuda psicológica, ou qualquer coisa do tipo. Estou em plena sanidade mental, meu raciocínio está melhor que nunca, porque hoje eu enxergo mais que antes. Eu vejo como é a realidade, mas isso é outra história.
Entenda que não quero te criticar de maneira nenhuma, não sou ninguém para fazer isso, só quero que saiba da realidade que se passa em meu coração.
Saiba que nada disso foi fácil de dizer, mas era preciso.
Desejo-lhe felicidade, peço-lhe perdão por toda mágoa,e desculpas por te incomodar mais uma vez.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Pétalas esquecidas

-Quero ficar sozinha. Não quero ver ninguém.

-Não faça isso Guilhermina, abra essa porta!

-Me deixem em paz.

-Não adianta Pedro, ela não vai sair desse quarto tão cedo.

-Mas ela não pode ficar assim. Trancada, sem querer comer, sem falar com ninguém

-Ela está muito balada por tudo que aconteceu. Só precisa de um tempo .

-Mas Ana, ela já devia ter superado isso.

-Não se supera uma coisa dessas. Mas eu sei o porque da sua preoculpação. Você acha que ela seria capaz de...

-Você sabe que ela já tentou uma vez e seria capza de tentar de novo.

-Você acha mesmo?

-Acho sim Ana. Principalmente depois de tudo que aconteceu.

Aquela imagem de Fabrício não saía da sua cabeça. " Ah... Fabrício porque você fez isso? Nem ao menos me contou. Eu teria ido junto com você". Já não se sentia mais feliz, o único amigo que tinha naquele momento, que amava de verdade acabou com tudo. Bastou uma bala só. Na cabeça. Foi fatal. Logo ele que havia ajudado ela quando tentou tomar aqueles comprimidos. Que alertou-a tanto, que disse aquelas palavras sobre como a vida era bela. Agora ela não via mais razões na vida. Logo ele, que aprecia tão alegre. Parecia. E porque foi fazer aquilo logo naquele lugar? Justo no lugar onde se encontravam escondidos quando não queriam ser vistos, quando queriam fugir do mundo, onde trocavam carinhos, faziam confidências, onde desabafavam. Nada mais aprecia fazer sentido.
Seu rosto já estava vermelho demais, inchado, de tanto chorar. Não parava de pensar. Foi a primeira a ver a cena. Chegou como sempre naquele lugar, na mesma hora de sempre, e se deparou com aquela figura. Os olhos arregalados, muito sangue. Entrou em choque. Ainda tentou sacudi-lo, acordá-lo. Foi quando viu a arma na mão esquerda. Aos poucos foi tomando consciência, percebendo o que acontecia.
De repente, foi deitando aos poucos e se encolhendo na cama.

-Guilhermina, Guilhermina...

Era uma voz suave que a chamava. Era a voz de Fabrício.

-Fabrício, onde você está? você está aí? Não consigo te ver.

Acendeu as luzes,e o quarto foi tomado por uma luz muito forte, branca.

-Fabrício!

Estava Fabrício à sua frente. Mais bonito do que nunca.

-Fabrício, você está...

-Me perdoe Guilhermina. Mas eu também não sabia que ia fazê-lo. E sei que não foi melhor assim. Mas eu não estava em paz.

-Mas porque você fez isso Fabrício?

-Escute Guilhermina. Não fique triste, você precisa continuar.

-Com o que? De que maneira?

-Eu preciso ir agora. Adeus

-Mas...

-GUILHERMINA ABRA ESSA PORTA!

Acordou assustada, lembrou que estava apenas no quarto sem mais ninguém, que Fabrício havia partido. " Foi só um sonho".

-Já estou indo pai.

O pai estranhou, desta vez ela não se recusou a abrir a porta. Parecia estar mais clama.

Então ela levantou-se, sentiu um cheiro de estranho no ar, parecia ser de flores. Sim era cheiro de rosas, as preferidas de Fabrício. Quando acendeu a luz havia uma pétala de rosa branca perto da janela. De onde teria vindo? Não havia flores naturais no seu quarto, muito menos rosas brancas, essas, nem na sua casa tinham.
Então abriu a janela. Nem lá fora haviam flores. Ela sentou-se na cama com a pétala na mão:

-Obrigada Fabrício. Eu também amo você.

Dúvidas

Na verdade, eu torcia pra que fosse chato, assim não acompanharia, e teria a desculpa de que era chato. E porque não seguir a própria vontade? Ah ! chega de perguntas.
Tudo bem. Acompanharia um pedacinho então, ou só escutaria. Podia aproveitar então os intervalinhos, mas isso não ajudaria em nada. Teria que perder e podia. Mas no fundo não era o que eu queria. Queria aproveitar e ver. Tirar proveito do pouco tempo que me fornecia. E além do mais, eu já aguardava há tanto tempo.
Mas, apesar de tudo, nem sempre é tão ruim quanto parece. Às vezes o que se parece ruim é bom.

A FELICIDADE SÃO POMBOS...

Hoje vi o céu mais lindo do mundo.
Não estava totalmente limpo, nem com um Sol radiante. Não tinha Lua ou estrelas. Mas era o mais bonito que já vi. O mais bonito do pra sempre até amanhã. O mais belo daquele momento.
Foram segundos, mas foram. E me apaixonei por aquele céu, naquele momento. Assim como me apaixonei em seguida pelo entardecer, que trazia uma cor alaranjada, e logo depois pela escuridão da noite.
Me apaixonei pelo Sol, pelas árvores, pelos momentos. Senti-me feliz por não ver as horas passarem, pela sensação de ter parado o tempo um pouquinho, pra poder guardar aqueles momentos pra mim. Porque o amor está em toda parte. No dia lindo de Sol, ou no dia nublado e chuvoso. Na coversa, no desabafo. Está nos momentos de alegria. No sorriso de uma criança, num abraço apertado, no casal apaixonado.
A felicidade não é, necessariamente, o extremo, mas a simplicidade. A felicidade é um pequeno prazer. É ter sonhos bons, é passear no parque. É acordar apressado e chegar na hora, é estar ansioso, é ouvir uma música antiga, é conhecer alguém, é se emocionar, é largar tudo. Não há como atingí-la, senão buscá-la nas pequenas coisas, nas ações do dia-a-dia. Nas sensações únicas, nos gostos mais estranhos.
Não preciso amar uma coisa só, posso amar várias. Posso amar um sorriso, uma lágrima, a natureza, as pessoas, os animais, os livros, as belas histórias. Amar tudo ao meu redor, sem busca de objetivos, mas em busca de grandes emoções.
É claro que medo faz parte disso. Medo de errar, de amar, de ser feliz. Mas a felicidade é ter esse medo, é querer vencê-lo. A felicidade é ver amor nos pequenos gestos.
A felicidade são pombos, que vêm comer as migalhas do teu pão.

sábado, 3 de maio de 2008

EM 1985

"Eu tenho vários lados. O lado escuro é um lado muito forte, porque sou muito boêmio, vivo muito de noite. Gosto muito da noite, acho que ela é um espaço, um território livre para tudo. Não sei... a noite é muito dramática, muito bonita. As pessoas que saem na noite, procuram algo que na verdade não vão encontrar, mas elas curtem a procura, aquele papo furado. Gosto muito de sol, também, de praia".
CAZUZA

terça-feira, 29 de abril de 2008

ÁGUA EM PÓ

A SOLUÇÃO PARA O MUNDO .

MISTURE UMA COLHER DE ÁGUA EM PÓ EM UM COPO DE ÁGUA LÍQUIDA.
E TERÁ ÁGUA!!

domingo, 27 de abril de 2008

SOBRE O RATO

Escrever sobre o rato.
Dia nublado, frio, parado. Ele ali estirado no chão, já esmagado por tudo (sabe-se lá porque, pelo quê). Sua imagem sem vida, destruída no asfalto.
Caído ali, olhos esbugalhados, tão gordo e amassado, seu rabo longo estirado. Passava uma imagem de destruição, preconceito. Porque não tinha adoradores. Ninguém mais o dava importância agora. Ele havia virado lixo.
E ficou lá um dia, dois,três... sabe-se lá quanto tempo, e muito tempo. E cada dia era mais destruído, possuía uma nova forma cada vez que o via, quando passava por ali.
Não conseguia focar a atenção na cabeça, e quando quis, não havia mais cabeça.
Os pêlos foram juntando-se cada vez mais ao corpo gordo que ficou fino, colado na rua.
O que terá visto em seus últimos momentos de vida? Será que viu mesmo algo? Será que teve medo? Ou nem percebeu?
O Rato... desprezado, odiado, insignificante, largado, esquecido. Fedia, mas ele nunca teve culpa. Nossa é a culpa. Mas, porque será que temos tanto a necessidade de achar um culpado? Quem? Nós? O mundo? O esmagador? Ele próprio? Quem? Ninguém.
Uma necessidade me chamou, quiz fazer dele poesia, me pediu todos os dias, até nem existir mais Rato.

PERDER


COM O TEMPO VOCÊ FOI PERDENDO TUDO.

PERDEU SUAS COISAS. Deixou em algum lugar que não achou mais.

PERDEU OS AMIGOS. Não somente os que morreram, porque esses só se foram fisicamente. E quando amados, serão lembrados pro resto da vida. Mas muitos que estão vivos você perdeu. Perdeu contato, perdeu a amizade, perdeu pelo caminho.

PERDEU O AMOR. Cansou de procurar. Se fechou. Achou melhor não sofrer. Perdeu a confiança. Ou não conseguiu mais amar.

PERDEU AS ESPERANÇAS. Dizem que essa é a última, mas você a perdeu.

PERDEU O AFETO. Foi ficando egoísta. Se fechou num mundo só seu.

PERDEU OS SONHOS. Não acreditou mais que pudesse realizá-los.

PERDEU AS ILUSÕES. Preferiu tornar-se realista, deixar de mentir pra si mesmo. Mesmo sabendo como era bom iludir-se de vez em quando.

PERDEU A CORAGEM. Aquela vontade de mudar o mundo que tinhas.

PERDEU A ALEGRIA. Não via mais razões para sorrir.

PERDEU A HORA. Perdeu a noção do tempo.

PERDEU A AUTENTICIDADE. Era o que vivia, não o que era. Perdeu a essência.

PERDEU A VONTADE DE VIVER...Nem sabia mais quem era você.

PERDEU OS SENTIDOS, A SENSIBILIDADE, O Carinho.

PERDEU A CABEÇA. Fez coisas erradas.

PERDEU A SANIDADE. Não sabia mais viver.

SE PERDEU.

E eu te pergunto porque, mas você não sabe me responder.
Embora eu te entenda, sei que não quer ser entendido. Então eu te compreendo.
Compreendo que não havia mais condições de vida. Não havia mais razões. Não havia mais ternura. Não havia mais vida.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

CAZUZA- REDAÇÃO ESCOLAR- 1971

A música rock veio mudar as tradicionais músicas dos homens de negócios para uma música mais livre e sem preconceitos. A música rock reflete um comportamento erótico, para alguns destrutivos, mas na minha opinião é apenas um meio de desabar as estruturas. A música americana popular até mais ou menos 1960 estava presa aos empresários, homens de negócios que comandavam toda a publicidade da TV, que mandavam e desmandavam nos artistas, e isso não dava liberdade artística para os compositores. A música rock trouxe uma nova concepção de som e música.

terça-feira, 22 de abril de 2008

BEATRIZ e GREG

GREG- Isso é uma cruz ou um T?
BEATRIZ- É uma cruz.
GREG- Você sabe o que significam esses três nós?
BEATRIZ- Já me disseram, mas eu esqueci.
GREG-Pobreza, Humildade e Castidade.
BEATRIZ- Nossa que menino inteligente! hahahah
GREG(SECO)- Eu aprendi com a vida.

Depois de algumas frases trocadas houve uma pausa.

GREG- Já deixei pra lá os meus sonhos, não acredito mais nisso não.

Ela ouviu quase sem lhe dar atenção.Estava distraída observando as grades à sua frente. Então outra pessoa interveio dizendo-lhe que não podia desistir assim dos seus sonhos.
Num sobressalto ela despertou e começou a falar:

BEATRIZ- Nunca devemos desistir de nossos sonhos, por mais que tenhamos sofrido.

Se olharam, trocaram muitas palaavras. Ela olhava-o fixamente, via nele alguém que precisava de ajuda, os olhos pedindo consolo, quase sem esperança.
De repente a grade que os separava parecia nem existir mais. Ela lhe trouxe nova esperança.
Ele reparou que queria recomeçar. Tentar tudo de novo, aliás, ainda era novo demais para desistir.
Ela queria permanecer ali mais tempo, poder ficar na frente dele, ouvindo, compreendendo e tentando mostrar-lhe como existiam sempre novas oportunidades. Mas o tempo acabou.
Não retornaram mais àquela conversa.
O que deviam sentir aqueles olhos? Nunca se sabe. A vida é muito... Não me lembro. Afinal, o que é a vida?

G...

Talvez o tempo ou as circunstâncias o tenham impedido de contar-me.
Um dia ele quis me contar porque foi parar num hospício,porém a história nunca me chegou aos ouvidos.
Todas as vezes que conversávamos eu queria perguntava-lhe, e ,quando perguntava, ele sempre arranjava um jeito de não contar, mudava de assunto, dizia:

- É uma história muito longa. Outra hora te conto.

Aquela figura extremamente diferente com a qual eu me deparava parecia esconder muitos segredos. Atrás daqueles olhos havia muita história para ser contada.
O fato de nunca ter me contado sempre gerou muita curiosidade em mim.
Ficava imaginando maneiras, cenas... Via coisas terríveis, ouvia gritos desesperados.
Talvez tenha sido até mais simples.
Talvez, essa seja uma daquelas histórias para ficar na imaginação.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

INSÔNIA,BENÇÃO OU PROBLEMA?

INSÔNIA,BENÇÃO OU PROBLEMA? QUEM É QUE VAI SABER?
TRAZ CONSIGO INSPIRAÇÃO,MOMENTOS DE REFLEXÃO.ONDE PODER-SE ENCONTRAR COMIGO MESMA É SEMPRE POSSÍVEL. O SILÊNCIO DA MADRUGADA, UMA ÓTIMA HORA PARA SE ORGANIZAR. APESAR DE DAR NERVOSO. VER AS HORAS PASSANDO E VOCÊ SEMPRE ESTALADO, SEM SONO. COMEÇA A DAR DESESPERO,FOME, ANGÚSTIA.
DE REPENTE, O DIA COMEÇA A CLAREAR, O SOL VAI NASCENDO, AS PESSOAS COMEÇAM A LEVANTAR, NA SUA GRANDE MAIORIA POR OBRIGAÇÃO. SEMPRE ME PARECEU A HORA MAIS CHATA. AS PESSOAS LEVANTAM E SAEM PARA CUMPRIR SUAS OBRIGAÇÕES, MAS PARA DORMIR É UMA BELA HORA, VOCÊ DÁ BOM DIA AO SOL E DIZ QUE O REENCONTRARÁ EM ALGUMAS HORAS.
PARA MIM A INSÔNIA SEMPRE FOI UM PRENSENTE,MAS QUANDO SOMOS OBRIGADOS A LEVANTAR CERTAS HORAS, ELA ATRABPALHA UM BOCADO.
TALVEZ O MELHOR FOSSE JOGAR TUDO PRO ALTO E DEIXAR AS OBRIGAÇÕES DE LADO. NEM QUE FOSSE UMA VEZ, MAS ONDE PUDESSEM TODOS JUNTOS PARAR,ESQUECER, E ... DORMIR

Dava-se conta de que realmente estava só. Estava sentada com 4 paredes que a cercavam, fechando-a como se só houvesse ali, aquele momento e somente ela com seus pensamentos.
Os amigos afastaram-se,mudaram-se. Deixaram saudades e lembranças.
A cada reencontro uma alegria. Queria que tudo fosse como era antes, queria estar sempre ali, mas não havia mais como. O tempo passou e as coisas não eram mais as mesmas.
Afastaram-se até os amigos mais prensentes, mesmo não estando afastados fisicamente. Não lhe traziam mais tanta confiança, pareciam estranhos. Velhos amigos que pareciam desconhecidos. Assim, não sentia-se à vontade para desabafar, contar-lhes as tristezas. Não queria estragar os únicos momentos de alegria com suas melancolias, não queria que a vissem com olhos de piedade.
Por certos momentos, lhe vinha confiança e vontade de abrir-se, mas não havia com quem fazê-lo. Talvez realmente não a entendessem. Achassem que era só uma fase pela qual todos passam(e talvez fosse realmente). Não lhe dariam atenção.
Nunca sentira-se assim, tão perdida e sozinha como naquelas últimas madrugadas de insônia, que passava relembrando, recordando situações, com dores que terminavam em comprimidos.

A DOR

O remédio logo fará efeito. Levará a dor embora e trará um descanso bom e profundo.
Trazendo um novo dia, com novas esperanças. Com um futuro quase previsto. Trará um dia novo.
Mas enquanto isso, a dor permanece, como se já fizesse parte de tudo aquilo, como se fosse aliada. Se faz necessária para que possamos senti-la, tratá-la, pensar nela, poder reclamar de sua existência. Veio como um próximo passo, um pequeno obstáculo que ia e vinha repentinamente nos últimos dias, tornando-se presente cada vez mais.
A dor. Que nos faz sempre pensar, pensar nela, em como solucioná-la, no que atrapalhará, o que nos impedirá de fazer, o que nos trará de últil. Dessa maneira, fazendo com que pensemos mais nela do que em outras coisas.

MOMENTOS...

NO MOMENTO, MUDAR CERTAS COISAS ERA O MAIS CONVENIENTE.
AS MESMAS COISAS, NOS MESMOS LUGARES, SEMPRE IGUAIS. DAVAM ATÉ CERTA TRISTEZA. TRAZIAM CERTA RECORDAÇÃO, MAS ATORMENTAVAM A CABEÇA COM SUA MESMISSE.
TALVEZ FOSSE HORA DE SE REORGANIZAR, TRAÇAR NOVOS RUMOS E METAS. MAS, TALVEZ ISSO FOSSE A SUA VIDA, UMA HORA, UM MOMENTO QUE SEMPRE ADIAVA, SIMPLESMENTE PARA PODER DIZER QUE TERIA QUE FAZÊ-LO UM DIA. UM DIA QUE NÃO QUERIA QUE CHEGASSE JAMAIS, MAS QUE ESTAVA SE APROXIMANDO CADA VEZ MAIS.
NA VERDADE GOSTAVA DALI, DE PODER FAZER PLANOS, QUERER SAIR DALI UM DIA, MAS AGINDO COMO SE ESSE DIA FOSSE DEMORAR MUITO A CHEGAR. QUERIA QUE FOSSE SEMPRE DESSA FORMA, QUE CUSTASSE MAIS A CHEGAR, MAS SABIA QUE ELE ESTAVA PRÓXIMO E SERIA INEVITÁVEL MUDAR.
TALVEZ ADIASSE SEMPRE PORQUE SABIA QUE O DESEJO DE FAZER OU TER CERTAS COISAS É A MELHOR PARTE. QUE SONHAR, IDEALIZAR, PLANEJAR, ILUDIR-SE...É O MELHOR DE TUDO. QUE NA MAIORIA DAS VEZES QUANDO AS COISAS E OS MOMENTOS CHEGAM, NEM SEMPRE É COMO NO NOSSO DESEJO. ACABA RÁPIDO DEMAIS E LEVA TODOS OS SONHOS, PLANOS E ILUSÕES JUNTO. NOS DEIXANDO APENAS COM AS LEMBRANÇAS.