sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Estarei




Eu estarei sempre presente.


Quando você acordar de um sonho gritando meu nome. É lá que eu estarei.


Nas noites de insônia. Onde você pensará só em mim.


No desejo de se sentir perdido. Eu estarei lá.


Quando você olhar para o lado procurando minha presença e sentir a minha ausência. Eu estarei lá, presente na falta que você vai sentir de mim.


Estarei no seu desejo de fugir.


E quando você se lembrar que tudo acabou sem que houvesse um fim.


Estarei à espera dos seus momentos de loucura. Onde você procurará pela minha instabilidade.


Nas horas de tranquilidade. Onde você irá querer o meu desespero.


Nas horas de certeza. Onde você vai sentir falta das minhas dúvidas.


Estarei nos pensamentos que você não deseja ter.


Estarei presente onde a minha presença te fará falta.


Estarei presente nos momentos que não vivemos, ou deixamos de viver.


Estarei lá. Quando você for deitar-se e sentir a incerteza do que eu sempre fui.


E ao levantar-se e saber que não precisa mais ter incertezas.


E talvez eu nunca esteja nas suas respostas. Mas estarei sempre nas perguntas que fará a si mesmo.


E estarei presente até nos dias em que você desejar não pensar.


Nas vezes em que você souber que fez a coisa certa.


E quando você quiser sumir. Eu estarei na imensidão em que você irá se perder.


Nos dias de frio. Eu serei o vento forte do qual você irá se proteger.


E estarei presente até no seu desejo de me esquecer.


Quando não houver mais falta de mim. Você sentirá falta de sentir minha falta.


E ainda estarei lá. Quando você não pensar mais.


Quando não sentir mais.


Quando não estiver mais presente.


Mesmo assim. Eu ainda estarei sempre lá.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

"RE-ESCREVER"


Tudo branco novamente.
Linhas esperando por tinta, borrões, garranchos, erros ortográficos.
E pelas marcas que as borrachas sempre deixam daquilo que não pôde ser apagado.
Rasuras em cima daquilo que gostaríamos de reescrever.
E novos parágrafos que procuramos começar pra complementar ou explicar aquilo que já escrevemos.
Folhas amassadas pelo chão. Que trazem escritas as tentativas de "escrita."
Rascunhos.
Onde percebemos que ao final do texto que concluímos, o que mais valeu foi simplesmente as folhas que amassamos e jogamos pelo chão.
Folhas que envelheceram, rasgaram e amarelaram.
Folhas que se perderam. Que sujaram.
Folhas que manchamos e que nunca voltaram a ser as mesmas.
Folhas em que erramos logo na primeira linha e jogamos fora. Trocando por uma folha nova.
Folhas onde somente rabiscamos.
Folhas que continham segredos. Que continham sentimentos. Desabafos.
Escritas para alguém.
Escritas para nós mesmos.
Vidas escritas.
Onde trazíamos nossas histórias. Nem sempre perfeitas ou bem escritas.
Nem sempre impecáveis.
Às vezes com letras um tanto ilegíveis. Às vezes com garranchos.
Mas onde cada letra compunha uma história.
A nossa própria.

REE...


E parece que cada vez mais é um recomeço.

Tudo mudou.

Por fora o aspecto também já não é o mesmo que de algum tempo atrás. Quando a superfície ainda escondia o que por dentro já não era mais o mesmo há tanto tempo.

Nem mais nem menos. Apenas NÃO MAIS.

Impossível de apagar. Impossível de esquecer.

Nas lembranças até mesmo aquilo que nem foi. Até o que foi deixado para trás.

A loucura de achar que tudo é loucura.

Que tudo foi e que sempre será.

Os altos e baixos que brigam pra trazer uma resposta. Uma resposta que é composta de inúmeras perguntas.

O caminho?

Pra ser achado ou para se perder?

Agora a face já demonstrava o que o coração trazia. Esconder-se não conseguia mais.

Como ir além do que está além, sem que lá permaneça?

Recomeçar.

Agora deixar que tudo fique para trás.

Que cada coisa alcance seu lugar.

E que os lugares sempre se modifiquem.

A vida é mesmo sempre um recomeço.




...


Não queria, mas deixou.

Deixou pra trás.

Tudo aquilo que parecia ser tudo. Que dava a certeza de que era a razão do viver. E que não era nada além de uma das boas lembranças. Uma, das tantas frustrações.

De novo e de novo e de novo. Começar outra vez.

Ao mesmo tempo tentava resgatar.

Resgatar talvez a sensação. O pensamento.

Não há ódio. Da mesma maneira que não há mais amor.

Pensamentos intermináveis que não chegam a lugar algum.