terça-feira, 7 de julho de 2009

Caju 19 anos 07/07/2009




É maravilhoso saber que o tempo não venceu o que você nos deixou. Mas o mais incrível é saber que junto com tudo isso está você. VIVO como nunca! Vivo em cada letra, cada verso. Saber que por trás de tudo isso houve um poeta, “O POETA DA SUA GERAÇÃO”.
Muitos discutem e idealizam um Cazuza de hoje, mas eu não consigo imaginá-lo aqui como as coisas estão. Você foi um sonho que a gente teve. Eu te digo que precisamos de mais pessoas como você.
Precisamos de ideologias. Sim, mesmo depois te tanto tempo, ainda precisamos procurá-las.

Cazuza
Um poeta solitário. Em busca de algo que não ia achar, mas que insistia, simplesmente pelo fato de gostar da procura.
Um moleque espontâneo por fora. E tão insatisfeito por dentro. “Um poeta é um insatisfeito, leva a vida desregrada”. Um menino triste. E se não fosse assim, não seria Cazuza “ O mundo é insatisfatório”.
Um marginal “dentro” de um burguês. Uma contradição que se uniu na poesia.
Julgado por muitos, compreendido por poucos.
Correu riscos. Quebrou a cara, mas fez o que quis. Viveu e escreveu a vida.
Vivendo no coletivo e ao mesmo tempo só. “Se há alguma coisa errada é comigo”. “Procuro as respostas através da vida”.

“Uma hora aqui a outra ali, no vaivém dos teus quadris”.
A falta de compromisso também é uma escolha. É muito difícil pras pessoas entenderem momentos necessários de solidão. E gostar de ser assim é ter amor por um todo e não por uma só pessoa.” Tenho fantasia de uma pessoa só, filhos. Mas minha vida desdiz disso”.

Ter sido o que você foi, não é ter sido exemplo de vida, nunca precisou ser. Bastou ter sido o Cazuza.

APRENDENDO sempre a ser feliz. “É como ler e escrever. Só vou parar quando morrer”. Aceitando a vida como ela é.
É complicado quando de repente você descobre que a vida não era tudo que você sonhou. Você se frustra. E depois aprende a ser feliz. Feliz nas pequenas coisas, nos resumidos momentos da vida. Se você não aceita a vida você é infeliz.

Um artista
“O artista não é um operário, que bate o ponto e tal. Eu não acredito que ninguém possa ser operário da arte, porque a arte é contra a transformação do homem em máquina”.

“Eu vi a cara da morte e ela estava viva”. Deus está na vida. “Falar com Deus, nem sempre é soltar palavras.” O choro muitas vezes foi seu desabafo.

Fiel nas amizades. Independente de quem fosse.

“A revolução é na vida da gente”. Sem drogas, sem tanta agitação, chegou a ter paz, mudou até na maneira de compor. Se arrepender não, mas descobrir uma nova maneira de viver.
“O beijo da boca do luxo na boca do lixo”. “O Poeta rebelde”, o menino, o romântico, o louco... Tudo isso.

Como entender?
Entender pra que?
Ele próprio já disse: “Eu paguei a conta do analista pra nunca mais saber quem sou”