domingo, 27 de julho de 2008

INCERTEZAS

Eu aprendi a ser sempre sincera. Mas parece não adiantar muito. Parece que não é a isso que as pessoas dão importância. Parece que fazem tudo pra manter aparências
Você deixa de fazer uma coisa que quer, pra fazer a que é mais correta.
E eu te pergunto.
Pra que?
Não sei.
E porque estou fazendo tudo isso?
Porque de repente eu percebi que a vida é uma só. Que é a minha única chance de te dizer. Que nesta vida é a única oportunidade que tenho. Que nada disso volta mais. Que é preciso arriscar.
Porque eu parei de pensar se é correto. Eu parei de achar que não vai dar certo. Eu resolvi não pensar, resolvi arriscar, resolvi fazer o que eu realmente quero. Não o que eu acho que será certo. Eu parei. Parei, e pensei. E então percebi. Percebi que não há porque temer, não há garantia de nada na vida. Que a gente deve dizer o que precisa dizer, deve tentar, a gente deve errar, consertar, a gente deve viver. Viver de verdade.Com toda vontade.
Porque você pode ter certeza.
A gente se arrepende muito mais do que não fez!!!

terça-feira, 8 de julho de 2008

ARTE Longa, VIDA Breve (07/07/2008)


Há exatos 18 anos ele se foi.
Se foi?
Fisicamente sim. Mas o que nos deixou, nunca se foi, permanece até hoje. O que criou, como viveu, o que fez, tudo marcou nossa história. E não importa o que possam dizer a seu respeito. Para mim o que importa é o que eu penso a seu respeito.O que mais admiro é a maneira como pensava. De não querer o extremamente correto e normal. Ser normal é o que as pessoas mais desejam, mas não sabem se é o que vai deixá-las feliz. Aliás, ser normal nunca se encaixou em seu perfil. É válido lembrar que a vida não deve ser uma viagem para o túmulo, com a intenção de chegar lá com um corpo perfeito,"morrer com saúde" pra quê? Pode ser mais válido chegar com um corpo completamente gasto, usado, berrando: VALEU A PENA, EU APROVEITEI, FIZ TUDO QUE TIVE VONTADE!!! Do que morrer em "boa forma".Não importa o tempo que se passou. Sua voz, sua arte, sempre irão permanecer. A voz inconfundível e a maneira única de cantar, os olhos com que via a vida. Provando que a diferença entre as pessoas não é um mal, mas uma bênção.Não o conheci pessoalmente, mas assim é como o vejo, procurando entender sua própria maneira de viver. Que muitos consideraram errada,doida, mas que eu considero LIVRE. E tudo o que digo é o que imagino que deve ter pensado.Sempre foi livre, não se prendia a alguém nos seus relacionamentos, mas talvez tenha procurado ou idealizado pelo menos alguém, um grande amor. Alguém que um dia pudesse aquietar seu coração. Talvez tenha tido vontade de ter alguém para compreendê-lo.As pessoas, muitas vezes não entendem como há tanta admiração por uma pessoas que tantas vezes errou. Mas se esquecem de que todos nós erramos. Elas não são capazes de entender sua filosofia de vida e entender que não temos o direito de julgar ninguém. Não o julgo, acho que se ele se arrependeu de algumas coisas foi de coração, e isso já basta.As pessoas ficam tentando imaginar como seria se estivesse vivo. Se ele estaria mais clamo, como seriam suas composições, suas canções, sua bela voz. Imaginam que ele estaria mais tranquilo, que não seria tão porra-louca como antes. Por isso acho que é melhor lembrar dele como ele foi. Vivendo a mil, porque era assim que era e assim que será lembrado, não tem como imaginar o que seria hoje.Peço desculpas se falei alguma bobagem, mas a minha intenção só foi a de homenagiá-lo e mostrar o carinho que tenho por você CAZUZA. Obrigado por ter sido o que você foi. E onde quer que esteja, eu espero que esteja bem, fazendo bagunça como sempre fez.




quarta-feira, 2 de julho de 2008

TÃO SOZINHO

Ele vai até o terraço. Abre aquelas velhas páginas e as folheia. Folheia páginas decoradas. Não sabe a hora, nem o dia. O tempo tornou-se sempre igual. Não há mais vontade de ter tempo livre quando seu tempo sempre é livre.Sem ninguém, sem importância, sozinho. Buscando em pequenas alegrias, motivos para continuar vivendo. Não há mais ideologias. Talvez não haja mais tempo para isso. Talvez seja hora de apenas esperar. Ter paciência. E esperar. Esperar o que tiver para vir. E modelar o tempo, de uma maneira que ele passa mais rápido. Com a esperança de que lhe falte tempo, para que precise do dia seguinte para poder terminar. Buscar algo que lhe oculpe a mente, impedindo que ela oculpe-se com seus medos, que o torne vítima dela.Um projeto novo, uma viagem, ver alguém, uma alegria. Assim os dias vão passando. E no fim é sempre o velho terraço e as inúmeras páginas decoradas.