terça-feira, 13 de outubro de 2009

Sente




Eu sentei aqui. E aí deu vontade. Há dias que estava querendo escrever algo, não sei o que, mas escrever. Acho que deixei a preguiça falar mais alto.



Ou então eu me acomodei.



Deixo essa tristeza aparecer, pra ficar jogando na minha própria cara que o ano passou e eu não fiz nada. Nada do que eu realmente queria. Não fiz viagens que gostaria, não fui a "grandes" lugares, não tenho dinheiro. Sei lá. E de repente eu percebi que nem adiantaria ter ido.



Passei a maior parte do tempo olhando pela janela. Fui perdendo até as minhas vontades. Esqueci-me de olhar para dentro. Nem escrever eu escrevi mais.






Fui levando, não parei. Não me movi.



Não fiz, não quiz. Perdi. Sei lá.



Parei pra ler e daí surgiu. Já tava me chamando faz tempo. Porque isso me deixa um pouco melhor. Um pouco não, na verdade BEM MELHOR.



Estava lendo e quiz escrever quando li certa frase " E SE ESSA INFELICIDADE VIER" .Olhando pela frase é "isso", se reparar no contexto não tem nada a ver com o que eu pensei, mas eu peguei a frase e parei. Construí em cima dela vários pensamentos, situações. Voltei ao início. Peguei o caderno e aí "foi".



Parei, lembrei de ir ver a hora. Tomei costume de marcar sempre a hora ao final dos meus textos. Enquanto ia "buscar" a hora, fui pensando " Eu nunca escrevo assim como agora, com tanta clareza e simplicidade." Coisas extremamente minhas são sempre sentimentos ( às vezes nem meus) ditos de uma forma confusa. É como eu gosto.






Mas agora deu vontade.



Acabei, vou fazer outro!

Voa alto


Se tudo ficasse em silêncio absoluto eu ouviria melhor aquela música que eu não sei de onde está vindo.

Eu vim até aqui pra ver o Sol.

Estava calor.

E de repente, passei a maior parte do dia aqui.

Observei.

Uns vão, outros vêm. Vai passando.


Em cima, um azul limpíssimo.


O que é mais perceptível são os sons: passos, carros, vozes, músicas, pássaros, água, latidos. Vão compondo.

Sem esquecer da brisa que toca o corpo. Forte, leve, vêm e vái.


Agora vai tomando uma cor alaranjada.


O som dos carros me irrita. Faz com que se tornem muito presentes e fica parecendo que são indispensáveis. Não gosto.


Se fechar os olhos dá pra imaginar que é outro lugar. Viajar. Não pensar em nada.

Eu queria, por um instante, não pensar em nada.