terça-feira, 2 de junho de 2009


E quando a música acabar, eu vou tentar. Vou tentar partir. Vou tentar seguir. Se conseguirei, não sei. Quem dirá?
Conseguir. Tem sido tão difícil conseguir ultimamente. Tem sido difícil até tentar. Você tem tudo. E de repente, foge tudo das tuas mãos, desaba, some. E você sente-se vazia, sem nada nem ninguém.
Parece tão melancólico e triste, mas é compreensível. Tão compreensível que irrita. Porque é mais complexo do que parece. E mais fácil do que se imagina. Porém é difícil de se dizer, de se explicar.
Parece que era tudo mentira, parece até castigo. CASTIGO. Que palavra mais estranha. Será possível que exista alguém no mundo que mereça castigo? Acho que sim, mas acho que vêm de nós próprios, nossos próprios castigos. Nossos martírios, nossas absolvições.

E logo a música acabará. Mas ainda não acabou. Então eu vou levando. Levando como posso. Nem sempre tão bem. Mas eu não paro. Não importa como está, não importa a vontade de parar. Eu não paro. Não sei se é a melhor solução. Mas não sei que solução daria. Quem sabe? Quem seria capaz de ditar o que é melhor, sem nem conhecer. Ou dizendo conhecer, sei lá.
Isso é pra aprender. Mas estou cansada de aprender. Para que aprender tanto? Se assim, tomando todo tempo com aprendizagens, não nos sobra pra pô-las em prática. Mas não colocamos também. E porque seria? Falta de coragem? Talvez. Mas o que é a coragem? A vontade? O medo? Não é nada demais.
Parei de reclamar. Tentei buscar nas coisas simples. Dei o meu melhor. E de que adiantou? Talvez o meu melhor não tenha sido o melhor. E não foi. Mas foi preciso pra que eu visse que não era. Pra que pudesse parar então, observar e tentar não errar. Mas sempre errarei. Errarei igual, os mesmos erros, e jamais aprenderei. Jamais? Talvez não jamais, mas talvez não queira aprender. Ou talvez aprenda a aprender, recomece, mude tudo. Só não posso parar pra pensar. Então ajo sem pensar, e erro. Mas descobri que não há problema em errar, não há. Porque não existem somente acertos, e os erros muitas vezes poderão ser ainda mais válidos.

Ouve... Ela ainda está aqui. Uma pontinha, um fundinho, mas ela está. Bela como sempre. A música. A calma e profunda música que domina meus sentimentos só pra ela. Que sabe que neste momento meu coração é só dela, de mais nada. Neste momento é a ela e somente a ela que me entrego. Seu tom, seu timbre. Sua profundidade. Bela, é só o que posso dizer.
Vai sumindo. Vou partindo.