quarta-feira, 2 de julho de 2008

TÃO SOZINHO

Ele vai até o terraço. Abre aquelas velhas páginas e as folheia. Folheia páginas decoradas. Não sabe a hora, nem o dia. O tempo tornou-se sempre igual. Não há mais vontade de ter tempo livre quando seu tempo sempre é livre.Sem ninguém, sem importância, sozinho. Buscando em pequenas alegrias, motivos para continuar vivendo. Não há mais ideologias. Talvez não haja mais tempo para isso. Talvez seja hora de apenas esperar. Ter paciência. E esperar. Esperar o que tiver para vir. E modelar o tempo, de uma maneira que ele passa mais rápido. Com a esperança de que lhe falte tempo, para que precise do dia seguinte para poder terminar. Buscar algo que lhe oculpe a mente, impedindo que ela oculpe-se com seus medos, que o torne vítima dela.Um projeto novo, uma viagem, ver alguém, uma alegria. Assim os dias vão passando. E no fim é sempre o velho terraço e as inúmeras páginas decoradas.

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