quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Tempo, tempo...


Gosto desse frio.

Nada, e ao memso tempo tudo.

O dia inteiro a ler.

Poucas palavras.

Passei a maior parte do tempo sozinha.

Dormia. E ao acordar já misturava os sonhos com a realidade. O cachorro estará mesmo a latir, ou será minha imaginação?

Falei pouco. Dormi muito.

Passei horas presente onde não ficava há muito tempo.

Lembranças resgatadas. Algumas risadas. Poucos lamentos. Lágrimas.

O tempo não parece estar no tempo certo.

O tempo não parece ser o tempo que é.

Dessa vez o tempo não trouxe a sensação que a época sempre trazia.

O tempo abandonou o tempo.

O tempo deixou de querer ser notado.

O tempo parou de se impôr.


Hoje desejei partir por um tempo.

Mas mal saí da minha cama.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Estarei




Eu estarei sempre presente.


Quando você acordar de um sonho gritando meu nome. É lá que eu estarei.


Nas noites de insônia. Onde você pensará só em mim.


No desejo de se sentir perdido. Eu estarei lá.


Quando você olhar para o lado procurando minha presença e sentir a minha ausência. Eu estarei lá, presente na falta que você vai sentir de mim.


Estarei no seu desejo de fugir.


E quando você se lembrar que tudo acabou sem que houvesse um fim.


Estarei à espera dos seus momentos de loucura. Onde você procurará pela minha instabilidade.


Nas horas de tranquilidade. Onde você irá querer o meu desespero.


Nas horas de certeza. Onde você vai sentir falta das minhas dúvidas.


Estarei nos pensamentos que você não deseja ter.


Estarei presente onde a minha presença te fará falta.


Estarei presente nos momentos que não vivemos, ou deixamos de viver.


Estarei lá. Quando você for deitar-se e sentir a incerteza do que eu sempre fui.


E ao levantar-se e saber que não precisa mais ter incertezas.


E talvez eu nunca esteja nas suas respostas. Mas estarei sempre nas perguntas que fará a si mesmo.


E estarei presente até nos dias em que você desejar não pensar.


Nas vezes em que você souber que fez a coisa certa.


E quando você quiser sumir. Eu estarei na imensidão em que você irá se perder.


Nos dias de frio. Eu serei o vento forte do qual você irá se proteger.


E estarei presente até no seu desejo de me esquecer.


Quando não houver mais falta de mim. Você sentirá falta de sentir minha falta.


E ainda estarei lá. Quando você não pensar mais.


Quando não sentir mais.


Quando não estiver mais presente.


Mesmo assim. Eu ainda estarei sempre lá.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

"RE-ESCREVER"


Tudo branco novamente.
Linhas esperando por tinta, borrões, garranchos, erros ortográficos.
E pelas marcas que as borrachas sempre deixam daquilo que não pôde ser apagado.
Rasuras em cima daquilo que gostaríamos de reescrever.
E novos parágrafos que procuramos começar pra complementar ou explicar aquilo que já escrevemos.
Folhas amassadas pelo chão. Que trazem escritas as tentativas de "escrita."
Rascunhos.
Onde percebemos que ao final do texto que concluímos, o que mais valeu foi simplesmente as folhas que amassamos e jogamos pelo chão.
Folhas que envelheceram, rasgaram e amarelaram.
Folhas que se perderam. Que sujaram.
Folhas que manchamos e que nunca voltaram a ser as mesmas.
Folhas em que erramos logo na primeira linha e jogamos fora. Trocando por uma folha nova.
Folhas onde somente rabiscamos.
Folhas que continham segredos. Que continham sentimentos. Desabafos.
Escritas para alguém.
Escritas para nós mesmos.
Vidas escritas.
Onde trazíamos nossas histórias. Nem sempre perfeitas ou bem escritas.
Nem sempre impecáveis.
Às vezes com letras um tanto ilegíveis. Às vezes com garranchos.
Mas onde cada letra compunha uma história.
A nossa própria.

REE...


E parece que cada vez mais é um recomeço.

Tudo mudou.

Por fora o aspecto também já não é o mesmo que de algum tempo atrás. Quando a superfície ainda escondia o que por dentro já não era mais o mesmo há tanto tempo.

Nem mais nem menos. Apenas NÃO MAIS.

Impossível de apagar. Impossível de esquecer.

Nas lembranças até mesmo aquilo que nem foi. Até o que foi deixado para trás.

A loucura de achar que tudo é loucura.

Que tudo foi e que sempre será.

Os altos e baixos que brigam pra trazer uma resposta. Uma resposta que é composta de inúmeras perguntas.

O caminho?

Pra ser achado ou para se perder?

Agora a face já demonstrava o que o coração trazia. Esconder-se não conseguia mais.

Como ir além do que está além, sem que lá permaneça?

Recomeçar.

Agora deixar que tudo fique para trás.

Que cada coisa alcance seu lugar.

E que os lugares sempre se modifiquem.

A vida é mesmo sempre um recomeço.




...


Não queria, mas deixou.

Deixou pra trás.

Tudo aquilo que parecia ser tudo. Que dava a certeza de que era a razão do viver. E que não era nada além de uma das boas lembranças. Uma, das tantas frustrações.

De novo e de novo e de novo. Começar outra vez.

Ao mesmo tempo tentava resgatar.

Resgatar talvez a sensação. O pensamento.

Não há ódio. Da mesma maneira que não há mais amor.

Pensamentos intermináveis que não chegam a lugar algum.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Sente




Eu sentei aqui. E aí deu vontade. Há dias que estava querendo escrever algo, não sei o que, mas escrever. Acho que deixei a preguiça falar mais alto.



Ou então eu me acomodei.



Deixo essa tristeza aparecer, pra ficar jogando na minha própria cara que o ano passou e eu não fiz nada. Nada do que eu realmente queria. Não fiz viagens que gostaria, não fui a "grandes" lugares, não tenho dinheiro. Sei lá. E de repente eu percebi que nem adiantaria ter ido.



Passei a maior parte do tempo olhando pela janela. Fui perdendo até as minhas vontades. Esqueci-me de olhar para dentro. Nem escrever eu escrevi mais.






Fui levando, não parei. Não me movi.



Não fiz, não quiz. Perdi. Sei lá.



Parei pra ler e daí surgiu. Já tava me chamando faz tempo. Porque isso me deixa um pouco melhor. Um pouco não, na verdade BEM MELHOR.



Estava lendo e quiz escrever quando li certa frase " E SE ESSA INFELICIDADE VIER" .Olhando pela frase é "isso", se reparar no contexto não tem nada a ver com o que eu pensei, mas eu peguei a frase e parei. Construí em cima dela vários pensamentos, situações. Voltei ao início. Peguei o caderno e aí "foi".



Parei, lembrei de ir ver a hora. Tomei costume de marcar sempre a hora ao final dos meus textos. Enquanto ia "buscar" a hora, fui pensando " Eu nunca escrevo assim como agora, com tanta clareza e simplicidade." Coisas extremamente minhas são sempre sentimentos ( às vezes nem meus) ditos de uma forma confusa. É como eu gosto.






Mas agora deu vontade.



Acabei, vou fazer outro!

Voa alto


Se tudo ficasse em silêncio absoluto eu ouviria melhor aquela música que eu não sei de onde está vindo.

Eu vim até aqui pra ver o Sol.

Estava calor.

E de repente, passei a maior parte do dia aqui.

Observei.

Uns vão, outros vêm. Vai passando.


Em cima, um azul limpíssimo.


O que é mais perceptível são os sons: passos, carros, vozes, músicas, pássaros, água, latidos. Vão compondo.

Sem esquecer da brisa que toca o corpo. Forte, leve, vêm e vái.


Agora vai tomando uma cor alaranjada.


O som dos carros me irrita. Faz com que se tornem muito presentes e fica parecendo que são indispensáveis. Não gosto.


Se fechar os olhos dá pra imaginar que é outro lugar. Viajar. Não pensar em nada.

Eu queria, por um instante, não pensar em nada.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Caju 19 anos 07/07/2009




É maravilhoso saber que o tempo não venceu o que você nos deixou. Mas o mais incrível é saber que junto com tudo isso está você. VIVO como nunca! Vivo em cada letra, cada verso. Saber que por trás de tudo isso houve um poeta, “O POETA DA SUA GERAÇÃO”.
Muitos discutem e idealizam um Cazuza de hoje, mas eu não consigo imaginá-lo aqui como as coisas estão. Você foi um sonho que a gente teve. Eu te digo que precisamos de mais pessoas como você.
Precisamos de ideologias. Sim, mesmo depois te tanto tempo, ainda precisamos procurá-las.

Cazuza
Um poeta solitário. Em busca de algo que não ia achar, mas que insistia, simplesmente pelo fato de gostar da procura.
Um moleque espontâneo por fora. E tão insatisfeito por dentro. “Um poeta é um insatisfeito, leva a vida desregrada”. Um menino triste. E se não fosse assim, não seria Cazuza “ O mundo é insatisfatório”.
Um marginal “dentro” de um burguês. Uma contradição que se uniu na poesia.
Julgado por muitos, compreendido por poucos.
Correu riscos. Quebrou a cara, mas fez o que quis. Viveu e escreveu a vida.
Vivendo no coletivo e ao mesmo tempo só. “Se há alguma coisa errada é comigo”. “Procuro as respostas através da vida”.

“Uma hora aqui a outra ali, no vaivém dos teus quadris”.
A falta de compromisso também é uma escolha. É muito difícil pras pessoas entenderem momentos necessários de solidão. E gostar de ser assim é ter amor por um todo e não por uma só pessoa.” Tenho fantasia de uma pessoa só, filhos. Mas minha vida desdiz disso”.

Ter sido o que você foi, não é ter sido exemplo de vida, nunca precisou ser. Bastou ter sido o Cazuza.

APRENDENDO sempre a ser feliz. “É como ler e escrever. Só vou parar quando morrer”. Aceitando a vida como ela é.
É complicado quando de repente você descobre que a vida não era tudo que você sonhou. Você se frustra. E depois aprende a ser feliz. Feliz nas pequenas coisas, nos resumidos momentos da vida. Se você não aceita a vida você é infeliz.

Um artista
“O artista não é um operário, que bate o ponto e tal. Eu não acredito que ninguém possa ser operário da arte, porque a arte é contra a transformação do homem em máquina”.

“Eu vi a cara da morte e ela estava viva”. Deus está na vida. “Falar com Deus, nem sempre é soltar palavras.” O choro muitas vezes foi seu desabafo.

Fiel nas amizades. Independente de quem fosse.

“A revolução é na vida da gente”. Sem drogas, sem tanta agitação, chegou a ter paz, mudou até na maneira de compor. Se arrepender não, mas descobrir uma nova maneira de viver.
“O beijo da boca do luxo na boca do lixo”. “O Poeta rebelde”, o menino, o romântico, o louco... Tudo isso.

Como entender?
Entender pra que?
Ele próprio já disse: “Eu paguei a conta do analista pra nunca mais saber quem sou”

terça-feira, 2 de junho de 2009


E quando a música acabar, eu vou tentar. Vou tentar partir. Vou tentar seguir. Se conseguirei, não sei. Quem dirá?
Conseguir. Tem sido tão difícil conseguir ultimamente. Tem sido difícil até tentar. Você tem tudo. E de repente, foge tudo das tuas mãos, desaba, some. E você sente-se vazia, sem nada nem ninguém.
Parece tão melancólico e triste, mas é compreensível. Tão compreensível que irrita. Porque é mais complexo do que parece. E mais fácil do que se imagina. Porém é difícil de se dizer, de se explicar.
Parece que era tudo mentira, parece até castigo. CASTIGO. Que palavra mais estranha. Será possível que exista alguém no mundo que mereça castigo? Acho que sim, mas acho que vêm de nós próprios, nossos próprios castigos. Nossos martírios, nossas absolvições.

E logo a música acabará. Mas ainda não acabou. Então eu vou levando. Levando como posso. Nem sempre tão bem. Mas eu não paro. Não importa como está, não importa a vontade de parar. Eu não paro. Não sei se é a melhor solução. Mas não sei que solução daria. Quem sabe? Quem seria capaz de ditar o que é melhor, sem nem conhecer. Ou dizendo conhecer, sei lá.
Isso é pra aprender. Mas estou cansada de aprender. Para que aprender tanto? Se assim, tomando todo tempo com aprendizagens, não nos sobra pra pô-las em prática. Mas não colocamos também. E porque seria? Falta de coragem? Talvez. Mas o que é a coragem? A vontade? O medo? Não é nada demais.
Parei de reclamar. Tentei buscar nas coisas simples. Dei o meu melhor. E de que adiantou? Talvez o meu melhor não tenha sido o melhor. E não foi. Mas foi preciso pra que eu visse que não era. Pra que pudesse parar então, observar e tentar não errar. Mas sempre errarei. Errarei igual, os mesmos erros, e jamais aprenderei. Jamais? Talvez não jamais, mas talvez não queira aprender. Ou talvez aprenda a aprender, recomece, mude tudo. Só não posso parar pra pensar. Então ajo sem pensar, e erro. Mas descobri que não há problema em errar, não há. Porque não existem somente acertos, e os erros muitas vezes poderão ser ainda mais válidos.

Ouve... Ela ainda está aqui. Uma pontinha, um fundinho, mas ela está. Bela como sempre. A música. A calma e profunda música que domina meus sentimentos só pra ela. Que sabe que neste momento meu coração é só dela, de mais nada. Neste momento é a ela e somente a ela que me entrego. Seu tom, seu timbre. Sua profundidade. Bela, é só o que posso dizer.
Vai sumindo. Vou partindo.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Outra




Tanto tempo em pouco tempo. Sem precisar se quer desejar. Sem esforço algum.
Não durou muito, não soube lidar muito bem, não obteve muita reação.
Mas nem precisou. Bastava.
Ninguém mais.

Bastava deixar de querer entender e entregar-se. Mergulhar naquele mar, aquele mar incompreendido. Filosofia pra que? “Há metafísica bastante em não pensar em nada”. Então, raciocinar?
Envolve.
Vem e vai.
Busca e trás.
Corre atrás.
Sente.
Tudo junto. Misturando, colorindo.
Outra. Agora é capaz, o mundo não é mais o mesmo. Nada é.
Mas logo será, logo volta a ser.
Dura menos que tudo, é o mínimo comparado ao resto de tempo, mas é o que mais vale. É a razão.
Se faz tão presente. Incapaz de passar sem ser notado, mais que isso, sentido. Muda absolutamente TUDO.
Trás de volta a esperança de que é mais, que é além. Na verdade trás uma certeza incontestável.
Liberdade?
Sugestão?
Opção?
Refúgio?
Solução?
Verdade?
Simplesmente...
Ao final nenhuma conclusão!
Mas olha agora, lá vem a melodia.
Dance, dance, dance... Até não ser mais capaz!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Mudando


Com o tempo as coisas vão mudando. Sim, o tempo o tão falado tempo...Aquele ao qual nem sempre damos muita importância, mas que somente quando ele passa somos capazes de perceber.
Somos capazes de perceber, que talvez tivesse valido mais a pena certa coisa do que outra, que talvez há coisas que jamais serão cumpridas como imaginamos, e que há coisas que talvez tenha sido melhor que acontecessem assim.
Mas não há nada que seja capaz de tirar da nossa cabeça aquilo que não pudemos realizar, aquilo que tentamos e não conseguimos. Há coisas que nos rondarão pro resto de nossas vidas.
Perceber que um sonho está sendo deixado de lado, é despertar para a verdadeira realidade, é enxergar a vida de outra maneira. É acordar e perceber que nem sempre vale a pena. Que talvez tenhamos lutado por coisas inválidas. É dar-se conta de que havia coisas mais importantes ao nosso redor, que não vimos, ou resolvemos deixar para depois.
Mudar faz parte de nossa rotina, parte de nossa vida. Sonhar também, mas a vida não é feita só de sonhos. E não há tempo para realizarmos tudo o que temos vontade, tentar vale a pena. Mas não haverá jamais um caminho certo, não haverá escolha certa ou errada, apenas caminhos e escolhas diferentes. Mas até que percebamos isso, tudo já terá passado.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

???




O homem sem rosto que toca divinamente seu instrumento. Toca como se tocasse uma parte de mim.
Uma melodia incapaz de ser descrita. Um som que se perde quando termina de tocar.
Um ambiente de conforto.
Não há medo.
Não há vontade de ir embora.
Prende.
Não se pode controlar.
Não vem quando se quer.
Não dura muito.
Sensação estranha de lembrança familiar e inédita.
Dura pouco se contar os segundos, mas é intensa de uma maneira inigualável.
Mas ele não pára. Está sempre lá. Tocando, à espera de ser ouvido, com a paciência intacta e a esperança de ser compreendido.
Não é real. Vai, além disso.
Aparece quando quer e da mesma maneira vai embora
Não há chão, teto, paredes, ou qualquer coisa palpável. Mas mantêm-se sempre parado, naquele mesmo lugar, naquela posição.
Não consigo sequer chegar perto.
Cabelos longos que cobrem sua imagem, são a única forma física que se pode notar, o resto existe, mas parece não estar ali. Não dá para se notar quando está ali.
E não se pode forçar para relembrar o que nunca aconteceu.


Bolinhas rosas e azuis quando fecho os olhos, misturam-se naquela escuridão infinita.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Faz - de - conta


O que mais incomoda é isso. Saber que tudo passa, que a gente realmente deixa de gostar um dia ,ou que vamos gostando cada dia menos. Que um dia olhamos pra tudo com outros olhos. Que há dias em que pensamos ter esquecido de uma vez e dias em que tudo volta. Que depois de um tempo tudo vai parecer tão distante, que conseguiremos analisar os fatos, os sentidos, as ações. Conseguiremos identificar cada sentimento, entender o porquê de tudo. Saberemos da intensidade com que vivemos, das razões porque fizemos, saberemos quando tudo terminou, ou se ainda não terminou.
Veremos que realmente não podemos voltar atrás, não podemos mudar certas cosias que foram ditas ou feitas, que tudo vai mudando e que é preciso mudar também. E sabemos que tudo dói mas que às vezes é inevitável que não haja dor. Sabemos que por mais que a gente queira com todas as forças nada será igual. Que tempos novos virão, que as lembranças ficam, que resta fazer com que cada dia seja melhor que o outro, que devemos deixar pra lá os lamentos. Que devemos tentar sempre seguir em frente sem olhar o que já foi. Que devemos fugir das tristezas. Que algumas pessoas sempre irão embora da nossa vida. Que coisas que pareciam eternas mudam. E que não podemos fazer nada.
E o que mais dói em tudo isso, é saber que não podemos fazer NADA. Não podemos fazer o tempo voltar atrás, não podemos fazer com que as pessoas que amamos fiquem sempre ao nosso lado e nunca mudem, não podemos. Só podemos seguir em frente. Mas isso cansa. Simplesmente porque não é uma opção, mas é a única chance que nos resta, seguir, sempre seguir, para não deixar que essa impotência tome conta de nós. E o pior é ter consciência disso tudo, dessa “impotência”, e sempre ter que se lembrar de que não devemos nos iludir, que não podemos nos entregar, que temos de lutar contra tudo isso, que não podemos deixar que esse sentimento tome conta de nós. Quando tudo o que gostaríamos era apenas nos deixar levar por essa tristeza, era deixar com que a ilusão entrasse na nossa vida, pra parecer que tudo tem solução, que podemos voltar às vezes, atrás, que podemos resgatar sentimentos, que podemos mandar nos sentimentos, que podemos ter sempre por perto as pessoas que amamos.
Quando tudo o que podemos é fazer de conta, fazer de conta que nada disso é verdade.