sexta-feira, 19 de novembro de 2010

ONTLE


É de repente!
Os pensamentos voltam àquele instante de glória que vivemos.
Que EU vivi.
Não consigo acreditar que não tinha um porque, ou que talvez não tenha sentido algum.
Procuro pelo sentido.

Talvez não haja.

Instantes inconstantes de querer todo aquele futuro criado, imaginado, planejado.

A espera de que?

De que o mundo desse mil voltas ao mesmo tempo e me fizesse "cair" noutra realidade?
De que eu nem fosse mais eu mesma.
Da vontade de sair de mim e grudar num futuro inexistente de desejos e suposições e composições distantes.

Vontade de cair na vida sem destino, de verdade.
De me jogar junto a você, a isso tudo. A todo esse medo e esse desconhecido que você transmitia.

Quis não ser eu mesma. Não estar onde estava. Não pensar nos outros.
Quis calar e sufocar a voz da consciência.
Quis buscar a certeza de que tudo não passa de ilusão e simplicidade.
Quis essa idéia de liberdade.

Volto àqueles instantes, que ficam cada vez mais distantes.
Não quero me permitir esquecer a voz, os cabelos, os óculos e as luvas.
Não quero me permitir deixar de ainda desejar tudo isso.

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